Maternidade

Oiii! Espero que esteja tudo bem com vocês! =)

Agora que os pontos cicatrizaram, que o peito calejou (ou finalmente acertei a pega) e que consigo dormir algumas horinhas de madrugada, voltei pra registrar alguns momentos já que passo tanto tempo perdida nos pensamentos enquanto minha bebezinha mama.
Já li vários relatos que falam sobre a maternidade, e a mensagem que mais me marcou foi a de que dói, tudo dói, o corpo dói, o cansaço dói, as mudanças doem, os hormônios te enlouquecem e causam dor, resumidamente, ser mãe parecia ser sinônimo de sofrimento. Vinte e três dias pós parto posso confirmar que realmente esse é um processo dolorido, principalmente a parte da cicatrização dos pontos no lugar mais úmido do corpo e acertar a mamada, mas fora isso não há dor no mundo, grande o suficiente pra me impedir de tentar dar o melhor de mim pra minha pequena. Nos primeiros 15 dias de amamentação mais ou menos, eu chorava de dor enquanto ela mamava, um dia até precisei ir pro hospital porque minha imunidade caiu e tive febre, sendo que nunca tenho febre. Acho que nunca rezei tanto na minha vida, busquei forças que vão além desse mundo pra me ajudar a superar esses momentos de dor e pra me dar esperança de que o dia seguinte seria mais fácil, e não é que foi?! =) O dia seguinte chegou mais rápido do que eu imaginava e agora, apesar de ainda ser um pouco desajeitada, dou de mamar em qualquer canto e sem dor ( a não ser quando Isabel aperta o bico e joga a cabeça pra trás…rs). Uma coisa que nunca li nesses relatos foi sobre a crise de abstinência quando longe do seu bebê por mais de 5min…rs É impressionante como ela se tornou parte do acalento da minha alma sem que eu ao menos me desse conta. Claro que tivemos os 9 meses de grude e a separação física no parto foi um sinal de que tudo seria muito diferente de ali em diante, mas ainda assim, eu não esperava que teria essa necessidade tão grande de estar perto dela todo o tempo. Passo horas admirando cada centímetro do rosto e do corpinho magrelo dela, enquanto espero que arrote, aproveito pra ficar cheirando o cabelo que é tão macio e cheiroso, meu momento preferido porém é aquele após o mamar que vem aquele soninho que ela fica sorrindo…Não canso de pensar em como ela é linda e como tive sorte dela ser a fotocópia autenticada do grande amor da minha vida, mesmo nos momentos de mau humor e de briga…rs Não me importo que ela só pareça comigo nas unhas e no cabelo, e também não me importo com a idéia de que ela terá loucura pelo pai, na verdade, eu acho no mínimo justo, afinal eu tive loucura por meu pai e ele foi um super pai, assim como o Di tem sido. Falando nisso, outra coisa que não li nos relatos sobre a maternidade foi sobre poder assistir de tão perto o nascimento de um pai. Quando se é protagonista de uma situação como a maternidade, não temos como ver com detalhes o seu desenvolver, logo eu não tenho idéia de como tenho sido como mãe, mas em contrapartida, assisto de camarote o desenvolver da relação pai-filha do Di e da bebezinha e isso é a coisa mais linda que poderia ter acontecido na minha vida! Desde o primeiro dia, ainda na maternidade, ele tem um cuidado e atenção com ela que eu nunca vi ele ter com outra coisa/pessoa antes. Ele dá banho (eu não…rs), troca fraldas de pipi ou caca, quando ela tem cólica ele quem fica em pé tentando aliviar a dor, seja a hora que for, quando finalmente conseguimos dormir de madrugada ele me segura pela cintura com medo de que ela esteja na cama com a gente e que eu vá amassá-la, mesmo que ela esteja no moisés…rs Resumindo, ele só não dá de mamar porque estamos 100% teta e a dele não tem leite…rs Quando ela tá chorando desesperadamente, ele não sossega até conseguir acalmá-la. Nem mesmo o meu pai foi tão atencioso assim comigo, portanto acho no mínimo justo que ela tenha loucura por esse paizinho e assim tem sido até então. Quando ela ouve a voz dele ou fica ao seu lado na cama, presta uma atenção imensa e fica bem quietinha como se estivesse admirando o papai mais lindo do mundo. Eu nem acredito que a licença paternidade está acabando, sentiremos muito a falta do papa perto 24h por dia. Ah, não seria justo eu deixar de dizer que assim como ele cuida da nossa bebezinha, ele cuida de mim. Durante os dias difíceis, ele segurava a minha mão a cada mamada, como se quisesse que a minha dor fosse dele, toda vez que me vê exausta, ele deixa o cansaço de lado e fica firme como uma fortaleza, fazendo tudo o que precisa ser feito. Nem mesmo por um instante de momento eu me senti sozinha, isolada ou de escanteio, muito pelo contrário, me sinto cada vez mais amada.

O que posso concluir nesse curto período de tempo é que a maternidade veio pra completar nossa vida, que sempre teve uma luz especial mas agora ela irradia.

Agradeço a Deus por ter sido tão generoso comigo e espero dar sempre o meu melhor por minha família.

Só pra registrar, recebemos visitas muito especiais diretamente de Barcelona, em 4 dias a futura madrinha da pequena (Cê) chega em terras espanholas e em seguida o futuro padrinho (Rê), meu aniversário será o mais comemorado de todos os anos que moro fora do Brasil e nossas mamães seguem sendo fundamentais pra nossa sobrevivência, nem quero pensar que elas irão embora…mas, como o mantra que tenho usado desde a gravidez: um dia de cada vez!

Bjo, tchau!Isabel
Isabel e suas muitas caras e bocas

papai e bebe
Tal pai, tal filha

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Venci a guerra contra a fome…rs

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Será que gosta desse colinho?

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Primos e tios-bisavos

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primo Alvaro

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Prima Lucia

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Primeiro passeio no parque

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O dia que a Isabel deixou de ser indigente

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Café da tarde na padaria preferida

Trilha sonora:

Depeche Mode – Precious

 

9 de Outubro de 2018

Oiii! Espero que esteja tudo bem com vocês! =)

Comecei um outro post há algumas semanas mas não consegui terminar, minha intenção era falar da minha experiência dos nove meses de gestação, de que as mães estavam chegando, das expectativas que tínhamos pros dias que seguiriam, enfim, de um monte de coisas que já nem mais consigo pensar a respeito. Há exatamente uma semana, dia 9 de outubro, às 5h30min comecei a sentir contrações e às 16h13min nossa Isabel veio ao mundo!
Agora aproveito o tempo entre uma mamada e outra, enquanto ela toma um banho de luz pela janela da sala, pra tentar não deixar passar batido tamanho acontecimento e atualizá-los da vida que seguiu!
Sinceramente não saberia dizer qual foi minha parte mais ou menos preferida dos 9 meses de gestação, cada fase teve seus encantos e amarguras, mais encantos que amarguras, definitivamente. No primeiro trimestre alguns enjoos, mas nada que me fizesse parar de comer ou passasse mal, no segundo trimestre eu nem saberia ressaltar um ponto negativo, talvez ter descoberto a diabetes gestacional o que ainda assim não mudou muito na minha rotina alimentar já que não comia muitos carboidratos, a parte chata era ter que furar o dedo e ficar medindo a glicemia…ah, teve o calor também, que foi muito maior do que eu poderia imaginar, mas isso nada que tinha a ver com a gestação…rs Fiquei basicamente trancada em casa o máximo que podia durante os meses de verão já que era quase impossível sair na rua e voltar sem queimaduras de décimo grau…rs No terceiro trimestre estávamos tão empolgados com a vinda das nossas mães e nos certificando que receberíamos elas e a bebê bem, que o tempo passou que nem notamos! Dormi bem nesse período também, apesar de acordar a cada uma hora pra ir ao banheiro. Tentei ficar o mais tranquila possível até que as mães chegassem pra que a bebê não resolvesse sair antes do previsto, e assim foi! No final de semana antes da chegada das mães recebemos os primos Lu e Ká em casa, passeamos o quanto podíamos com eles e na segunda-feira seguinte nossas mamães chegaram aqui. Por um dia tivemos a casa cheia e pensem numa festa! Dias fantásticos! Durante a semana, passeamos bastante com as mães e pude sair do estado semi-vegetativo já que não mais precisava segurar a vinda da bebezinha ao mundo…rs Isabel nos deu uma semana pra podermos mostrar um pouco de Valencia pras vovozinhas e mostrou desde já que seria uma menina muito boazinha e passeadeira! hahaha

Sobre o dia que mudou nossas vidas para sempre, às 5h30min da terça-feira começaram as contrações e por mais que eu não tivesse certeza de que aquilo eram contrações, a natureza logo me confirmou que eram…rs Usei um aplicativo do BabyCenter pra registrar os tempos de duração e de distância entre uma e outra, tomamos banho, café da manhã, ajeitamos as coisas e saímos todos de casa por volta das 11h30min da manhã. Nessa hora as contrações já estavam bem mais fortes e os cursos que fiz na maternidade ajudaram bastante, principalmente por conta das respirações. Nos picos de dores meu cérebro parecia atrofiar, não lembro de ter passado por algo parecido antes, e apesar de saber que vinham como ondas não tenho certeza se me mantive racional na maior parte do tempo…rs Chegamos no hospital por volta do meio dia, fui internada em seguida, fizeram monitoramento cardíaco da bebê e já começaram a me preparar pro parto. As mães ficaram na sala de espera da maternidade e o Di na maior parte do tempo esteve comigo. Já na sala de parto, as dores eram surreais e pedi pela anestesia epidural o que sem dúvida aliviou minha vida em 90%, tipo milagre…rs Romperam minha bolsa assim que a epidural foi dada e em 1h eu já estava totalmente dilatada e pronta pra empurrar. Essa parte foi a mais rápida, quando vinham as contrações eu empurrava e loguinho já deu pra ver a cabeça cabeluda da bebezinha! De acordo com o Di foi um pouco assustador, pena que não deu pra tirar foto…rs Depois disso, praticamente num espirro, eu tinha um bebê chorando na minha barriga e olhando pra mim com cara de “onde estou???”. Não acredito que nenhuma outra emoção superará essa na minha vida, não existem palavras que descrevam, é como se vc estivesse num sonho e ele se materializasse magicamente ou talvez como se você fosse a protagonista de um filme incrível… Não entendia, não entendo e não entenderei a magia desde o começo até aqui, como se filmes da minha vida passassem loucamente em espiral pela minha cabeça. Com ela ali no meu peito, tão quentinha, me encarando com os olhinhos pretinhos e sérios, nada e tudo fez sentido. No calor do momento achei que ela se parecia comigo por conta da testa enrugada mas me enganei, ela nasceu a cópia do pai e a cada dia as semelhanças só aumentam. Hoje, ao completar-se 7 dias desde o nascimento da pequeninha, fico revivendo as cenas tentando guardar pra eternidade cada detalhe, ainda que nesse dia não nasceu somente a Isabel, mas nasceu também a mãe e pai da Isabel e juntos estamos redescobrindo o mundo.
Das cicatrizes de guerra que ganhei, somente umas varizes nas coxas e estrias na barriga, ainda estou me recuperando dos pontos da episiotomia, os bicos do peito estão calejando e o processo tem sido bem dolorido. As noites obviamente estão em fase de adaptação, ainda não sabemos como é o sono da pequenininha e as razões pela qual ela chora, eu sempre penso que são gases…rs Hoje fomos pela primeira vez no pediatra e ela disse que está tudo bem, tá ganhando peso bem e só precisa tomar um pouco de luz do sol diariamente pra sair o pouco do amarelo da pele.
Isabel nasceu com 49cm, 2,700kg às 16h13 do dia 9 de outubro de 2018 (dia da Comunidade Valenciana). As avós estão sendo fundamentais nesse momento, tanto psicologicamente quanto fisicamente, eu sinceramente não sei nem imaginar como estaríamos nos virando sem elas, a sorte na vida continua! =)
Bom, vou colocar umas fotinhas abaixo e parar por aqui porque sinto que me resta pouco tempo agora…rs
Bjo, tchau!

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Última foto semanal da barriga

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Ká e Lú IMG_20181001_165259__01
No aeroporto

IMG_20181001_213510Em ritmo de festa

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Alboraya

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Último passeio dentro da barriga

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Epidural = vida

WhatsApp Image 2018-10-09 at 17.21.15Ao menos a testa é parecida com a da mamãe hahaha

paiPapai e sua miniatura menina e barbeada

dia seguinte
Primeira noite sem dormir, só alegria hahaha

vó por mãeVovózinha

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Vovózinha

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Bebê com código de barras

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Simpatia

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Primeiras visitas

banho
Só o papai quem dá banho

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A vida nova e apertada

 

 

Terceiro trimestre

Oiii!! Espero que esteja tudo bem com vocês!

Conseguem acreditar que já estamos no último trimestre da gestação? Pois é, eu também não. Ainda nem consegui entender como é que pode ter um serzinho crescendo dentro da minha barriga e já já ela sai pro mundo!  Agora eu entendo quando a mulherada que tem filho pequeno fala “tempo, passa mais devagar por favor!”, isso deve ser tipo um apelo para que possamos ter mais tempo pra digerir tudo o que está acontecendo…rs Apesar disso, eu continuo tranquila, ao menos é assim que me vejo…rs Me vejo tranquila mesmo dormindo mal quase todas as noites, o que acredito ser mais culpa do calor do que da gestação, mesmo tendo uma alta rotação de manutenções instantâneas a serem feitas no corpo (sede, água, xixi, repita 5x, fome, dor nas costelas, trocar de posição, alongar, repita 3x, sede, água, xixi…e ficamos nesse loop diariamente, ah! fora as observações que faço constantemente também, como por exemplo acompanhar os movimentos dela na barriga, saber onde os chutes, socos ou cabeçadas são mais fortes e mais fracos, tentar acompanhar a posição que ela se encontra “belly mapping”, assistir vídeos no youtube mostrando bebês que estão na mesma semana que ela, filmando, tirando fotos da barriga, etc), mesmo não tendo a casa da barbie, ou melhor, o quarto da barbie montado pra receber a boneca, mesmo não tendo o enxoval completo como manda a cartilha e por aí vai. Mas sabem, no final das contas todas essas pequenas coisas devem ajudar muito pra fase que está por vir, eu preciso aprender a dormir picado mesmo, e preciso aprender que a rotina já não é a mesma e nunca mais será, e está tudo bem, o prêmio que ganhei por todas essas mudanças já me faz muito feliz mesmo ainda presa em cativeiro…rs No final do post vou colocar umas fotos das posições da barriga, me divirto horrores assistindo minha pequena alien me deformando…rs

Agora, se preparem para a novidade mais linda, fora a chegada da Isabel: nossas mães já estão com passagens compradas pra virem pra cá!! Nem acredito! Elas chegam aqui dia 1/10 (por mais que a data prevista pro parto seja dia 18/10, achamos mais prudente que viessem antes no caso de algum apressamento da menina…rs).
Essa vai ser a primeira vez que minha mãe vem nos visitar em 5 anos e meio morando fora. E minha sogra apesar de ter nos visitado em Dublin ainda não nos visitou na Espanha, sua terrinha natal! São muitas emoções, gente…rs

Falando em Espanha, tiro meu chapéu para esta terra quente! hahaha Meu senhor! Eu pensei que minha experiência de vida me teria feito imune ao calor que encontraria aqui, só que não. Sabe aqueles dias lindos, sem nenhuma nuvem no céu, sol brilhante? Agora acrescente nessa imagem, uma sensação térmica de 40C desde que você acorda até a hora que vai dormir, uma humidade relativa de 70% , ventos a 2km/h e um altíssimo índice de raios UV. Nem preciso dizer que eu não estava imune, muito menos tendo morado os últimos anos na Irlanda…rs A solução que encontrei foi me trancafiar em casa e só sair se for realmente necessário, mesmo…rs

Entre esse post e o último recebemos visitas muito especiais! Tio Clóvis, tia Marli, Suzete e Larinha! Tivemos dias mais que lindos com eles e como ainda não estava tão quente, como está agora, pudemos aproveitar um monte! Eles também trouxeram muitos presentes pra Isabel! ♥ ♥ ♥

De resto, nem sei o que comentar da nossa vida além do que envolve a bebê…rs Eu continuo trabalhando pro IGBC esporadicamente, o Di continua trabalhando na mesma empresa (vai fazer um ano lá!), continuamos mais ou menos com as coisas que fazíamos antes, só que em um ritmo diferente. Estou andando que nem uma pata já, mas vi que é normal…rs Minha postura tem estado a desejar, e a bola de pilates tem ajudado um pouco com isso, já não enxergo minhas partes íntimas e pés, e continuo muito atenta pra não ter hemorróidas! hahahaha MORRO de medo…rs As consultas de pré-natal estão todas em dia, faremos uma ecografia na outra semana, ainda estamos pesquisando o carrinho de bebê,  planejamos uma babymoon pro fim do mês pra algum lugar perto onde possamos só ficar de pernas pro ar, lendo, num lugar bonito…rs Entrei num grupo de “mamães em Valencia” só de brasileiras no Whatsapp e tenho pegado várias dicas legais…rs Ufa, acho que é isso.

Bjo, tchau!

tiosTio, tia e Suzete

larinha
Larinha

São JoãoPrimeiro rolê noturno da Isabel na night de São João

estranha 1Posição de alien número 1

No computador
Posição de alien número 2

Estranha 2
Posição de alien número 3

Na bola
Só de “boua” na bola de pilates…rs

Lendo
Continuamos com as leituras em voz alta

Trabalhando com o pai
Assistindo o papai trabalhar

Cozinhando com o pai
Aprendendo a cozinhar com o papai

mão pai
Papai cuidando pra ela não bagunçar muito na barriga

mão mãe
Mamãe imitando a outra foto porque achou linda…rs

Igual mamãe
Primeira roupinha que compramos pra ela, algo me diz que vai ficar linda…hahahaha

Trilha sonora:

Cassia Eler – 1 de Julho

 

 

Isabel (22 semanas)

Oiii todo mundo! Espero que estejam todos bem! =)

Lembram do último post ao qual eu estava muito confortável chamando o bebê de “ele” devido aos 70% de chances de ser menino? Pois bem, o que são estatísticas e probabilidades no final das contas se não maneiras de lidarmos com nossa ansiedade?! hahaha Os 30% se tornaram 100% após o ultrassom morfológico que fizemos recentemente, nos confirmando que “o bebê” tem uma piriquitinha! Assim que a médica nos falou que era uma “nena”, olhei pro Di e começamos a rir loucamente…rs As médicas que estavam ali não entenderam o porque de tanta risada, daí contei a história de que fizemos um ultrassom 4D numa clínica particular e que nos falaram que tinha 70% de chance de ser menino. Imediatamente nos disseram que essas ecografias 4D emocionais não são realizadas por médicos e por isso não deveriam ser levadas à sério…rs Enfim, o que importava realmente era saber se estava tudo bem com A bebê e sim, estava! ♥ De acordo com a médica, os resultados eram excelentes e estava tudo indo perfeitamente bem. Não sei se ela fala isso pra todas as mães, mas senti uma ponta de orgulho por carregar uma bebê super saudável! hahahahaha
As novidades desde então são os chutes que estão se intensificando, agora já dá pra sentir bem melhor colocando a mão levemente sobre a barriga. Algumas vezes me assusto por ela se enfiar num canto só deixando a barriga num formato muito peculiar…rs E de vez em quando  tenho sonhos/pesadelos onde ela sai de dentro de mim como se pudesse atravessar a pele da barriga, uma loucura…rs
Resgatando algumas memórias, lembro que sempre fui atraída por bebês em barrigas (e fora também…rs). Seja das minhas cunhadas, primas, amigas, se eu tivesse um pouquinho de intimidade já me bastava pra curiar o que se passava ali naquele mundo mágico e desconhecido. Cada chute que sentia me enchia de emoção e empolgação, ainda mais quando os chutes pareciam reação às minhas falas. Com a minha própria barriga é diferente, mas não menos mágico. A cada minuto que tenho vago me pego olhando pra baixo, pensando no mundo de coisas que pode estar acontecendo ali dentro…como pode ter um ser humano crescendo dentro de mim, onde eu não preciso fazer praticamente nada além do que eu normalmente faria pra eu mesma sobreviver, pra que ela se desenvolva?! Tão diferente de tantas plantinhas que já deixei padecer contra minha vontade…rs Pra deixar a magia ainda mais complexa, ela carrega metade minha e metade da minha outra metade, sendo a fusão genética das famílias que mais amo na vida e símbolo de uma vitória hereditária dos nossos antepassados! hehe É tão difícil colocar em palavras essa explosão de descobertas e fascínio que me sinto até um pouco impotente em não conseguir compartilhar essa minha experiência. Já li tantos relatos de semelhantes experiências de mães de primeira viagem, mas assim como uma dor, nunca é igual em mim e em você. Aliás, eu tento compartilhar o máximo que posso disso tudo com o Di, talvez sendo até um pouco repetitiva ou boba, mas acho tão injusto com ele, que é sócio na empreitada, não saber exatamente como é estar gerando nossa coisinha…rs Isso me faz lembrar de uma época na minha adolescência onde eu desejei ser homem por muitas vezes, e esse desejo não foi por ter atração à mulheres, mas simplesmente porque achava um saco a quantidade de sangue perdida por mês, as depilações, a preocupação com aparência, entre tantas outras coisas que meus irmãos nunca tinham que ao menos pensar à respeito. Hoje, tendo sobrevivido à adolescência, penso justamente no oposto. Que sorte a minha por ser mulher e ainda de brinde poder gerar uma vida dentro de mim! Quanto às futilidades, agradeço pela existência da depilação à laser, do copinho menstrual e do estilo smart casual onde posso sempre estar de tênis e jeans! rs Digo, sempre não, agora que a barriga tá maior e tá calor aqui, só tenho usado vestidos, shorts levinhos e leggings.

Apesar do post ser em homenagem à nossa menina, vou aproveitar pra registrar que mudamos de apartamento. Continuamos no mesmo bairro, porém precisávamos ir pra um lugar mais tranquilo onde não ouvíssemos o ronco de todos os vizinhos e tivéssemos menos caixas de som voltadas para nossas janelas durante o dia e noite. Foi com um pouco de aperto no coração porque o apartamento era tão novinho e ajeitado. Além do mais, a mudança foi um pouco traumatizante, principalmente por eu ter sido precipitada na escolha do novo apartamento só me importando com a localização, silêncio e vizinhança, deixando de lado a idade do imóvel e o tanto de coisas que deveriam ser feitas até que ficasse habitável. Mas ok, já aprendi a lição e na próxima busca vou reparar nas tomadas, se tem móveis que deveriam ser jogados fora, se uma pintura poderia ser feita com uma cor de minha preferência (tá, exagerei) e por último, se poderia ser entregue com uma limpeza bruta e fina feita…rs Mas agora q já passou tudo isso estou finalmente tranquila! E além de tudo ganhamos novas habilidades, o Di aprendeu sobre eletricidade doméstica e carpintaria e eu sobre tapeçaria e limpeza hard…rs Também praticamos muito desapego e aprendemos que o espanhol tem como cultura reciclar tudo que você não queira mais. Agora estou bem contente com o novo apartamento e a decoração retrô! hehehe Temos uma varandinha que comporta nossas necessidades de passar a tarde olhando a vida passar, temos quartos para visitas e ouvir os passarinhos cantando na hora da siesta é impagável. Os vizinhos são simpáticos e nos receberam muito bem, já sabemos da vida inteira dos síndicos que moram na porta da frente…rs Ainda faltam coisas a fazer como organizar o studio do Di e meu escritório, e mais pra frente temos q pensar onde Isabel dormirá…rs Pensamos que assim que nascer num moisés no nosso quarto e depois um colchão no chão estilo Montessori. São muitas coisas a se pensar e fazer mas como num gerenciamento de crise, que resolvamos o mais urgente primeiro e em seguida a outra coisa mais urgente! rs

E acho que por hoje fico por aqui.

Bjo, tchau!

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Trilha sonora:

The Temptations – My girl

 

 

 

 

 

Minha ignorância

Oiii!! Espero que esteja tudo bem com vocês! =)

Decidi voltar rapidinho dessa vez porque achei que o momento era propício. Esse negócio de aprender a conviver com mudanças físicas diárias acaba trazendo muitas mudanças psicológicas também, assim como te faz rever conceitos que tomava por bem definidos e inalteráveis. Falando em mudanças físicas, agora sinto o bebê mexendo de lá pra cá dentro da minha barriga, externamente ainda não é possível sentir, mas eu sei bem claramente quando ele está em movimento, principalmente quando se aloja no seu cantinho preferido que é grudado na minha bexiga…rs E de vez em quando ele fica tão próximo à parede da minha barriga, logo abaixo do umbigo, que dá sentir onde começa e termina seu corpinho. Sempre penso em como funciona os efeitos da gravidade aqui dentro, não entendo como quando estou deitada de barriga pra cima ele ainda assim consegue ficar perto do umbigo, penso se o líquido amniótico influencia muito por sua densidade. Também não consigo entender as proporções de tamanhos, por exemplo como ele consegue desaparecer de vez em quando por mais que eu cutuque e faça contorcionismos pra descobrir seu paradeiro…rs Como já sei mais ou menos o tamanho dele e comparo com o tamanho da minha barriga, penso que ele vira um tatu-bola pra se esconder…rs
Tenho lido em voz alta todos os dias e curiosamente ele se manifesta mais em alguns livros do que em outros…rs Provavelmente deve ser a posição que me encontro ou a hora do dia, mas acho muito curioso ele se movimentar quando leio Chesterton mais que quando leio Ortega y Gasset ou Rodrigo Gurgel! Quais efeitos essas leituras terão nele eu não sei, mas sei que tenho me divertido muito com essa nova atividade…rs
Ah, só pra publicar também, há duas semanas fizemos um ultra-som 4D e nos deram 70% de chance de ser menino e pelo que vi/pelo que me disseram quando chutam menino é certeiro. Por isso principalmente tenho falado “ele” pra cá e “ele” pra lá livremente! rs
Enfim, volto ao foco do post, minha ignorância! rs Como fui criada na cidade, e quando digo cidade quero dizer longe de qualquer contato com a natureza, eu tenho intimidade zero com animais, plantas ou qualquer ser vivo que não seja o ser humano…rs Não uso isso como desculpa pra minha ignorância, só estou contextualizando o cenário…rs Tenho medo de pombas, de ratos, baratas, aranhas, galinhas, cavalos, porcos, enfim, pode colocar a arca de Noé na lista! Acredito que o único animal que eu não tenha medo seja cachorro e de vez em quando gatos…rs Pra entender a gravidade da coisa, tenho medo até de coelhos…rs Talvez isso devesse ser tratado, mas enquanto não tenho que encarar esse problema, toco o barco.
Há alguns meses, numa tarde ensolarada de fim de semana, enquanto passeávamos pelo centro da Valencia, vimos um protesto de pessoas que pareciam muito bravas sobre as touradas. Touradas? Ué, pensei que fosse proibido em todos os lugares do planeta, assim como penso que circo com animais foram proibidos, entre tantas outras proibições que parecem lindas e perfeitas na minha cabecinha de cearense. Isso nos chamou atenção e acabamos descobrindo que sim, existem touradas em Valencia. Quando você toma uma coisa por certa e o contrário é apresentado, você é forçado à reajustar seus conceitos rapidamente ou então permanecer na auto-ilusão e continuar vivendo no seu mundo confortável. Acho que prefiro não mais viver iludida. Acabamos decidindo ver como seria essa experiência e compramos os ingressos. Antes de chegar o dia, lembro que conversando com a Sô ela me contou como era lindo o filme do touro Ferdinando. Preferi não assistir pra não influenciar na minha opinião da tourada, ainda mais que essas animações são capazes de amanteigar qualquer coração…rs Ainda antes do dia também me disseram que drogavam os touros antes deles entrarem na arena e isso logo me fez pensar que provavelmente era anestesia pro bicho sofrer menos…ai ai, me impressiono como sou capaz de ser tão ingênua tão constantemente…rs Tudo pra aliviar minha consciência do sofrimento alheio, por mais que esse “alheio” seja de um ser irracional. E quando digo irracional não quero dizer que ele seja estúpido, mas sim que não tenha consciência de um amanhã, ou de como ficará a família dele quando ele não mais estiver por perto, ou do que ele fez para contribuir com a humanidade até então…rs Bom, finalmente havia chegado o dia, estava um sol de lascar e logo pensei “puxa, ainda bem que compramos os ingressos que diziam “sombra””. Compramos refrescos lá dentro e nos direcionamos pra arquibancada. Ao nos certificarmos do assento, tive que checar com uma moça que trabalhava lá pra nos assegurar que aquele era o lugar certo, e era, no sol. Me senti um pouco enganada…rs Bom, assim que a banda que se encontrava no topo do lado esquerdo da arquibancada começou a tocar, me deu uma certa emoção que não sei explicar. A música era bem bonita e intensa, me senti transportada à um outro tempo. Quanto a platéia, eu diria que cerca dos 40% dos assentos estavam ocupados e desses 40% eu diria que 20% era turista e 20% valencianos.
Assim que deu a hora de início do evento, vi que próximo da banda tinha um placar dizendo “1-460Kg” (touro número 1 e o peso dele) e logo que olhei pra baixo vi que uma galera vestida peculiarmente havia entrado na arena. Após essa galera se organizar, soltaram o primeiro touro.  Até então eu não sabia o que veria, mas confesso que estava muito entretida com aqueles homens que encaravam de frente um bicho daquele tamanho e força, com tanta postura e tranquilidade. Pareciam literalmente dançar com o animal. Ao passar das cenas percebi que cada uma das pessoas na arena tinha uma função mas nem vou descrever tudo aqui, caso tenha curiosidade dê uma espiadinha no Youtube por “Plaza de toros Valencia” ou “Corrida de toros Valencia”. Eram 3 toureiros principais, mas o primeiro me chamou atenção em especial. Eu diria que ele tem uns 20 anos e a performance dele me impressionou bastante. Ele parecia brincar com a fera por um tempo, em uma mão a bandeira vermelha e na outra uma espada. De vez em quando soltava uns gritos, se contorcia inteiro deixando a lombar bem envergada e jogava o cabelo pra trás como num golpe! Na primeira vez que enfiou a espada no touro eu nem reparei de tão rápido que foi. Sei que entre cenas, como em uma peça teatral, o ápice da adrenalina e emoção se dá quando já sem forças, o touro cai morto e é carregado pra fora da arena por cavalos. Assistimos esse enredo por mais 5 vezes, cada toureiro matou dois touros. A única vez que realmente senti dó dentre as quase 3h de show foi quando o segundo toureiro não conseguiu enfiar a espada onde deveria e teve que tentar mais algumas vezes…mas obviamente bem rapidinho encontrei alguns pensamentos que me confortassem e trouxesse minha atenção de volta ao centro da arena. Após matar o seu segundo e último touro, o toureiro-menino se despediu carinhosamente da plateia jogando beijos, abraçando crianças e esbanjando simpatia aos 4 ventos.
Já depois no fim do evento, saímos da arquibancada e fomos ao banheiro. Ao sair, vi que os touros eram “descourados” e degolados ali mesmo num cantinho atrás da arquibancada. Os açougueiros (?) desmontavam aqueles bichos gigantes com uma faca incrivelmente amolada, parecia que cortavam manteiga! Em questão de 10min arrancaram o couro, degolaram, tiraram as entranhas e penduraram o bicho num caminhão frigorífico. Eu nunca tinha visto o abate de nenhum animal (só de peixe…rs), muito menos ele ser despelado ou esvaziado daquele jeito. Confesso que me impressionou muito também. Acabando esse segundo espetáculo, saímos da plaza de toros e lá na porta estava o toureiro-menino simpático, tirando fotos e cumprimentando os fãs com beijos e abraços.
Chegando em casa, minha cabeça parecia estar em um turbilhão, sem conseguir processar direito tudo que presenciei. Já na cama, me perguntei qual era a diferença entre touro e boi, assim como pra onde vão os cadáveres da tourada e como começou tudo isso. Acabei descobrindo que a diferença básica entre touro e boi é que um é castrado (boi) e o outro não. Também descobri que alguns açougues tem parceria com a plaza de touros e as carnes vão diretamente pra lá depois da tourada. E por último, descobri a história de como começou essa tradição e tudo fez muito sentido na minha cabeça. Pude dormir em paz.
Das conclusões que tirei sobre o dia, só conseguia pensar em como de nada sei. Se me soltassem numa selva pra sobreviver sozinha eu provavelmente morreria de medo de estar sozinha ou de susto por ver algum animal. Ao menos não daria tempo de passar fome ou de ser devorada por algum animal…rs E não é só esse instinto de sobrevivência que me falta. Me falta conhecimento de história, me falta saber como as gerações anteriores à mim sobreviviam e o quanto eles tiveram que lutar pra que um dia eu viesse ao mundo. Minha mãe conta que meu vô, pai dela, teve que enfrentar onça quando mudou pro Mato Grosso do Sul, ela também diz que ele sabia treinar cavalos, criava vários animais e sabia lidar com a natureza como ninguém. Além disso tudo ele tratava minha vó como uma rainha, fazia todas suas vontades. Meu vô abatia animais e ainda assim foi um super pai, um super marido e certamente um super vô, pena que eu não cheguei a tempo de conhecê-lo. Se antes eu tinha algum preconceito contra tourada ou toureiros, esse preconceito se foi. Nada do que vi naquele dia foi sádico ou imoral, tudo que vi foi um costume com mais de três séculos de história e eu tive a sorte de mudar de opinião antes que fosse tarde demais. =)

Acho que é isso, bjo, tchau!

 

 

Trilha sonora:

Manolo Escobar – Yo soy un hombre del campo

Primeiro trimestre do bebê

Oiii! Espero que esteja tudo bem com vocês! =)

Agora que os três meses iniciais vulgo “de perigo” passaram, assim como os enjôos; agora que pude ver por duas vezes com meus próprios olhos que havia um outro ser dentro da minha barriga e pude ouvir seu coração bater aceleradamente; agora que através de vários exames me foi afirmado por diversas vezes que está tudo como deveria ser, posso comunicar oficialmente que seremos pais! Digo, eu já me considero mãe desde que vi o primeiro teste de farmácia resultar positivo, mas se for de acordo com o ditado “mãe/pai é quem cuida/cria”, então os títulos só poderão ser utilizados a partir do meio de outubro (o nascimento está estimado +- para o dia 18).

O pré-natal foi iniciado desde que confirmamos a gravidez com um exame de urina, o que acredito ter sido na quinta semana de gestação. Usar semanas ao invés de meses para o acompanhamento do desenrolar da gestação tem sido menos problemático do que eu imaginava que seria, mas confesso que nas primeiras semanas (até recentemente) era o aplicativo do BabyCenter quem me mantinha a par do tempo! rs Estamos bem contentes com o sistema de saúde pública de Valencia, eu diria que até então foi melhor do que qualquer hospital particular que eu tenha passado no Brasil.

Ainda não sinto o bebê mexer, e apesar da minha mãe ter dito “que bebê preguiçoso” por diversas vezes, eu sei que ainda não é possível sentir pelo seu tamanho…rs Ai ai essa tecnologia que te informa hora a hora o que se passa nos bastidores do seu ventre…rs A barriga ainda está um pouco tímida, mas já está começando a ficar redondinha. Não tive nenhuma vontade ou desejo exuberante até então, nada fora do meu normal, e eu diria que fora o sono que é avassalador minha gestação tem sido bem generosa com minha pessoa.

Não estou com pressa, nem tampouco querendo que o tempo pare, cada dia tem sido um dia especial, como todos deveriam ser. Tenho me cercado de boa literatura, de boa música, de muito amor, atenção e carinho. Acho que dentre os dias de maior exaltação emocional que tive desde a concepção, eu classificaria como o número 1 ver o resultado positivo do teste de farmácia, número 2 assistir ao primeiro ultra-som e número 3 o segundo ultra-som. É muito engraçado como nunca estou 100% convicta e segura do que acontece comigo, mas nessas 3 ocasiões por um breve momento tive esses estados de exaltação que nunca saberia colocar em palavras.

Bom, acho que já falei bastante sobre o primeiro trimestre do bebê, agora vou pincelar rapidamente sobre os últimos meses desde o último post!
Mestra graduada: No começo de dezembro 2017 fui pra Dublin por 2 dias pra colar o grau do mestrado. Fiquei na casa da Cá e tive a sorte de coincidir com o aniversário de 1 ano da Una! ♥ Foi um tanto estranho voltar pra Dublin porque ao invés de ter sentido nostalgia de revisitar a cidade que me deu abrigo por quase 5 anos, senti um pouco de hostilidade. Talvez só tenha sido azar, que começou no aeroporto, mas tudo ficou bem assim que reencontrei as pessoas que tanto gosto! A graduação em si foi legal, principalmente a parte do orador irlandês falando em latim…rs Tinha bastante gente e mesmo não tendo ninguém que eu conhecesse pra me prestigiar, não me senti sozinha nem por um instante.
Visitas: Recebemos o Rafa e a Lili no começo de dezembro ♥, daí em fevereiro o Diogo, Fran, Isaac e Zélia ♥, em abril o Yuri ♥ e depois a Cá, Bru e Una ♥! A sorte na vida continua! =)
Brasil: Fomos em dezembro para o Brasil (principalmente por conta dos 80 anos da vó Nina e para o batizado do Gui) e voltamos no fim de janeiro, trazendo conosco um óvulo fertilizado! hahaha Como disse minha cunhadinha linda, Vanessa, o bebê estava esperando pra ser fabricado no Brasil…hehehe
Batizado do Guilherme: Dia 14 de janeiro foi o batizado do Gui, o Di foi padrinho com a Rita e eu fui madrinha de consagração! Fui escolhida pra apresentar o pequeninho à Nossa Senhora e por ele rezo todas as noites. ♥
Fallas: O mês de março é um mês bem peculiar em Valencia. A cidade ganha uma cara e trilha sonora bem diferente devido ao festival tradicional conhecido como “Fallas”. Achei muito interessante e como são tantos detalhes a serem citados, deixo um link pra quem tem interesse de saber o que é. Resumidamente tem muitos fogos, obras de arte espalhadas por todos os bairros, concurso de beleza tradicional para adultos e crianças, etc.

Bom, acho que é isso por enquanto!

Bjo, tchau!

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Trilha sonora:
Yamandu & Herz – Reencontro

 

 

Primeiro trimestre em Valencia

Oiiii! Espero que esteja tudo bem com vocês! =)

Nesses quase três meses em Valencia, queria registrar algumas observações que tenho feito no meu novo cotidiano e também compartilhar alguns detalhes que fazem diferença na minha vida. Imagino que talvez esses detalhes façam diferença na vida de outras pessoas também só que sem que se notem.
Eu foquei por tanto tempo em eventos macros (trabalho, mestrado, viagens) que acabei ficando parcialmente cega para os micros (cotidiano). Agora sinto que os macros já não mais me roubam total atenção, e os micros conquistaram seu merecido espaço.

Vizinhança: ontem fui ao açougue comprar carne pro jantar e enquanto esperava a dona (que é uma senhorinha muito simpática e toda vez me recebe com um sorriso de orelha à orelha) cortar calmamente os filés da carne gorda que pedi, passou por ali uma família com duas crianças, dois velhinhos e uma moça pra cumprimentar a conhecida de longa data. Todo mundo parecia feliz. As crianças gritavam “hola, hola, hola” e os avós perguntavam como a senhorinha estava, mas logo se despediram e seguiram seu caminho. Eu gosto de ir nesse açougue, e não somente porque a carne é boa e tudo é bem limpinho, mas porque tanto a dona quanto o dono são muito atenciosos e queridos. Toda vez me chamam de cariño (acho o máximo…rs). Saí de lá com um sorriso terno no rosto e cumprimentei o senhorzinho da quitanda da esquina onde compro legumes fresquinhos. Uma vez ele até deixou o Di comprar limão fiado porque não aceitava cartão, isso sem que ele o conhecesse. Falando em fiado, a padaria no qual tomamos café da manhã aos sábados nos ganhou como cliente justamente por deixar fiado nossa primeira conta, por também não passar cartão. Ao mesmo tempo que temos vergonha de passar por essas situações por ainda não termos nos acostumado a andar com dinheiro na carteira, acabamos encontrando sem querer nossos lugares preferidos pelas redondezas e nos tornando clientes fiéis…rs
Cidade perfumada: as pessoas aqui sempre estão perfumadas, não importa o bairro que ande, “quebrada” ou não, homens e mulheres de todas as idades se preocupam em cheirar bem. Desde sempre lembro de ter uma memória olfativa muito peculiar. Tipo ao passar ao lado de uma pessoa na rua e imediatamente lembrar da minha mãe enquanto eu era bem pequena, ou lembrar da minha tia Cida mesmo tendo anos que não a vejo. Mas peculiar mesmo é quando o cheiro me lembra uma situação específica como o primeiro dia de aula na primeira série ou do dia que vi uma amiga passar muito mal. Já ouvi dizer que mulher tem um olfato super aguçado por questão evolutiva, principalmente porque precisamos identificar se comidas estão estragadas ou se tem alguma anormalidade no ambiente que deve ser corrigida. Por essa linha de raciocínio lembrar dos cheiros também faz sentido.
Companheirismo: reparei que há muitos casais de velhinhos e as vezes que mais os vejo são quando estou no mercado pra comprar algo pro almoço. Geralmente estão discutindo sobre qual carne comprar, que legumes e verduras levar, tudo fervorosamente. Esses casais, que provavelmente passaram a maior parte de suas vidas juntos, parecem ter segurado a juventude em seus espíritos. Essa cumplicidade duradoura é encantadora. Enquanto vejo tantos casais jovens se separando me pergunto qual o segredo para essa magia, talvez a resposta esteja justamente nos detalhes.
Liberdade: aproveitando o ensejo das observações no mercado, cabe falar que os vinhos são extremamente baratos e excelentes? rs Essa semana estávamos num desafio de “7 vinhos em 7 dias”, foi um sucesso…hahaha Uma coisa curiosa é que depois de viver tantos anos na Irlanda ainda não me acostumei com os fatos de: 1) ninguém nunca pedir meu documento pra comprovar a idade; 2) não ter horário limitado para comprar bebidas; 3) não ser proibido beber na rua e; 4) não ter alcoólatras/drogados espalhados como zumbis pelas guias e calçadas. No final das contas as proibições e preços altíssimos não parecem eficazes no combate ao apocalipse zumbi…
Novos velhos conhecidos: tem um jovem senhor que sempre pede esmola na porta da igreja que vou aos domingos, o vejo quando chego e ao sair. Penso se ele também entra, ou se fica ali naquele horário somente porque sabe que as pessoas tendem a serem mais caridosas naquele momento. Ele parece ser conhecido de todo mundo. Outro dia no elevador uma vizinha que nunca vi antes desabafou sobre o preço do alho e me disse que preciso pesquisar bem antes de escolher onde comprar. Achei muito engraçado nunca ter visto ou conversado com ela antes, mas mesmo assim ela me tratou como se fosse amiga de longa data! Me pergunto se as pessoas realmente se conhecem há muito tempo ou somente parece…rs
Sorte na vida: nesses poucos meses de Espanha, já recebemos visitas muito especiais! Vieram tios e primos do Di que moram em Barcelona e também uma amiga queridíssima com a irmã e os pais. Não tenho como negar ou omitir, estou cercada de amor nessa minha vida.
Pedaleiros: fizemos carteirinha da Valenbisi e agora bicicleta é o nosso meio de transporte principal. Porém agora que tá esfriando usamos o metrô também. Se eu contasse pra Neoma frustrada de anos atrás ela nunca acreditaria nessa história…rs
Macro mix: Pra não falar somente de coisas micro, as macros resumidas são que vou à Dublin pra minha colação de grau do mestrado em dezembro, teremos visita de amiguinhos em seguida e depois disso vamos ao Brasil! Continuamos acompanhando algumas séries, aumentamos a quantidade de tempo pra leitura, continuamos com a alimentação saudável durante a semana e avacalhando no final de semana…rs
Acho que vou acabar o post por aqui…rs

Bjo, tchau!

 

Trilha sonora:
New Order – Bizarre Love Triangle

 

Um recomeço

Oiiii! Tudo bem?? Espero que sim! =)

Apesar da inércia nos levar durante boa parte da vida, chega um momento em que o ciclo deve ser quebrado pra que então nova energia entre e velha energia se recicle. Porém, saber quando esse momento chegou é a grande questão. Não acredito que exista uma fórmula pra identificar esse momento, e algumas vezes, talvez nas mais importantes, devemos deixar nosso instinto guiar. Claro que confiar no instinto também não é tarefa fácil, e a insegurança por sua vez, é barulhenta. Nessa batalha entre ouvir o instinto ou a insegurança, caso tenham posições opostas, a fé se faz necessária. Logo ela, que tantas vezes fica como última opção, a opção do desesperado, pode servir como juíza num duelo de gigantes.

Tudo aconteceu tão rápido que mal tive tempo de refletir sobre o que estava acontecendo ou sobre o que estávamos fazendo, mas sinceramente, acredito que isso faz parte da nossa essência como casal. Quando decidimos sair do Brasil, entre a idéia inicial e a mudança física, foram mais ou menos 6 meses. Isso que os processos eram bem burocráticos, fora que seria a primeira vez que moraríamos fora do país e que ficaríamos tão longe dos ninhos. Agora pra mudarmos da Irlanda pra Espanha, desde a concepção da idéia até a mudança em si, o tempo foi de aproximadamente 2 meses, talvez menos.
Decisão estando tomada, fizemos um checklist com as tarefas essências a serem feitas antes de partirmos e o foco foi somente nisso, nada de olhar para os lados ou desviar do caminho. Intenso. Tenso. E certo!

Penso se “quem deixa sua terra natal, em outro canto não pára” seria uma possível explicação para a mudança, ou talvez, a busca pela realização de mais sonhos explique melhor. Quando saímos do Brasil tínhamos alguns objetivos e todos foram alcançados, missão dada, missão cumprida…rs Agora temos outros, aumentar a família, aumentar nossos espíritos e aumentar os horizontes. Objetivos ambiciosos e à longo prazo, porém, não mais pressa temos, sinto que a maturidade vem chegando aos poucos, lentamente, sem traumatizar ou assustar, vindo pra ficar.

Mudamos pra Valencia, a terceira maior cidade na Espanha, fundada em 138AC como parte do Império Romano. Cada esquina da cidade tem milênios de história, a beleza é indescritível, o clima é familiar ao de uma vida, a comida é o ápice dos desejos mais ambiciosos. A infraestrutura é de dar inveja à qualquer metrópole, o povo é querido e por todo canto eu enxergo felicidade, mas talvez isso seja mais de dentro pra fora do que de fora pra dentro.

Ainda estamos nos assentando e desbravando, e sinto que isso vai levar um bom tempo. Sentiremos falta de muitas coisas, mas trouxemos a maioria no coração.  A Irlanda foi generosa em nos receber, e aproveitamos o máximo que podíamos enquanto podíamos.

Me sinto em paz, de alma leve e coração tranquilo. E finalizo o post com um pedaço do poema “Mar Portuguez” de Fernando Pessoa:

“…Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”

Bjo, tchau!

 

Trilha sonora

Jimmy Cliff – I can see clearly now

Êhhh campeôôôna!

Oiii! Tudo bem? Espero que sim! =)

Voltei rapidinho pra registrar um marco importante desse diário de bordo: depois de aproximadamente 1560h de estudo, finalmente entreguei minha tese do mestrado!

Ontem pela manhã, passei na gráfica pra pegar as 3 impressões da tese, as coloquei na mochila e peguei o ônibus pra UCD (universidade de Dublin). Dia chuvoso de primavera, bem cinza e introspectivo. Depois de uns 20min, chegando no campus, passei na minha sala pra pegar o formulário que devia acompanhar a tese e imediatamente bateu um sentimento de pré-nostalgia (como se fosse uma nostalgia brecada pela racionalidade do “calma aí que ainda não acabou direito” rs). Fui do meu campus (Richview) até o campus principal (Belfield), passando pela frente do campo de rugby e da academia. Ao entrar no prédio, scaneei minha carteirinha e já fui atendida por um moço que parecia ansioso por receber minhas 3 cópias. Comentei empolgadamente que o prédio era bonito e ele respondeu, em um tom que ainda não sei qual era, que havia sido recentemente reformado e que antigamente era escuro e feio…rs Entreguei o formulário onde dizia que minha orientadora havia acompanhado o processo e que a tese era de minha autoria, juntamente com as 3 cópias da tese. Ele me olhou, sorriu, disse que havia enviado o comprovante de recebimento no meu e-mail, levantou e disse: “Well that’s it, congratulations!” (Bem, é isso, parabéns!). As palavras do homem ecoaram na minha cabeça como se fosse a última coisa que faltava pra eu me tocar que ali se realizava um sonho. Saí imediatamente do prédio, desnorteada, com um nó na garganta, olhos cheios de lágrimas…os pensamentos não paravam pra que eu pudesse organizá-los. Sem saber pra onde ir ou o que fazer, me deparo com um lago e nada parecia mais propício do que uma pausa. Sentei em um dos diversos banquinhos, ainda sem conseguir organizar os pensamentos e só fiquei observando as gaivotas. Claro que isso não durou muito, me distraí com o whatsapp avisando pro Di que havia entregado a tese e que estava indo pra casa pra almoçarmos juntos. No caminho de volta pra casa, era difícil lembrar o porque do mestrado ter sido um sonho da minha vida. Acho que uma vez que você começa uma jornada com um objetivo final, sua perspectiva pode mudar tanto durante o caminho que as razões do princípio ficam nebulosas. Quando saí do Brasil no começo de 2013 coloquei isso como meta da minha vida, eu precisava provar pra mim mesma que superaria o que até então seria um dos meus maiores desafios individuais.
Engraçado que eu não sabia exatamente o que queria fazer, assim como quando era adolescente e minha mãe disse que eu faria um curso técnico, e assim como quando eu me formei do técnico que sabia que tinha que fazer faculdade…de uma certa forma, essa lógica de seguir estudando estava embutida nas minhas metas, e continuar seria preciso. Quando comecei a pesquisar mesmo sobre mestrados na Irlanda, vi que a diferença de valores para alunos internacionais e europeus eram absurdas. Encontrei uma faculdade perto de casa em que o preço era interessante, o curso era bacana e até mesmo me encontrei com o coordenador do curso para conversar um dia. Acabou que apareceu uma oportunidade de uma bolsa de mestrado integral de uma outra faculdade, através do meu trabalho. Meu chefe disse que não sabia se eu poderia porque não era arquiteta, mas como boa subordinada, não dei ouvidos e tentei mesmo assim! rs Me encontrei com a coordenadora do curso, conversamos bastante, ela disse que teria mais duas pessoas pra entrevistar e que me daria uma resposta durante a semana. Fiquei bem tensa, pois seria uma oportunidade de ouro! Dois dias depois recebo um email dizendo que eu era a candidata ideal para a vaga. Meu coração parou, tive que ler o email algumas vezes pra acreditar. Respondi dizendo que estava extremamente feliz e que mal via a hora de começar. Ela me mandou uma lista de documentos que eu teria que enviar, e uma das coisas primordiais seria o IELTS (uma prova de proficiência em inglês pra mostrar que eu seria capaz de fazer o mestrado). Fiz a prova, entreguei todos os documentos e estava tudo pronto pra começar! Conversei bastante com essa coordenadora que por acaso foi minha orientadora, ela me explicou como seria o processo todo, o que eu precisaria fazer e quando precisaria entregar. A rotina eram 3 dias por semana na faculdade e 2 dias por semana no escritório, porém do meio do mestrado até o fim eu ficava mais em casa, porque meu rendimento era infinitamente maior no conforto do meu lar…rs Todo o deslocamento, barulho, pessoas (acho que me tornei um pouco anti-social…rs) me tiravam a concentração loucamente! Descobri que o segredo pra produzir muito em casa é ter um ambiente arrumado e limpo, caso contrário tenho um bloquei mental! rs
Um ano e meio se passou praticamente, e parece que foi uma outra vida atrás. Ainda estou confusa sobre meus sentimentos…acho que só vou ficar tranquila mesmo quando tiver a nota do examinador externo, porque tudo que fiz até agora foi entregar a tese final para ser avaliada. Ainda não sei se vou ter que apresentar ou não, porque isso depende da vontade do examinador. Veremos! Os manterei informados! Mas ainda assim, deixo o registro do fim de uma fase…rs

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IELTS em Janeiro de 2016

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Almoço pós entrega da tese

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Primeiras impressões

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Lago da pensação e a “gaviota”! rs

 

cabeleira

Foto no meu cubículo da faculdade, mas só coloquei pra mostrar como o cabelo cresceu e meu rosto afinou! hahaha

 

Trilha sonora de campeã:

 

72 anos de história

Em 1945 bombas atômicas foram jogadas em Hiroshima e Nagasaki, um mês depois termina a segunda Guerra Mundial e em escala nacional, Getúlio Vargas foi tirado da presidência do Brasil.

Em 1945 nasceu Elis Regina, Bob Marley, Raul Seixas e o mais importante de todos: Sr. Luiz!

Luiz Gonzaga da Cruz, nascido em 17 de abril (apesar de constar no registro 17 de março) na cidade de Cedro, interior do Ceará. Segundo filho do casal Antônia Pereira de Souza e Ladislau Gabriel da Cruz. Família extremamente humilde que não muito sabiam de suas origens, tão pouco registraram sua história, se não pelas lembranças dos filhos e familiares.
Sr. Luiz, Bem, Pai, Bigode, Gonzaga…Um homem que trabalhou desde cedo pra ajudar em casa, seja na roça, ou como escrivão de uma fazenda, ou como operário de um frigorífico, fotógrafo, vendedor de embutidos e por fim, sacristão de uma igreja! Definitivamente uma pessoa que não tinha medo de trabalhar duro, de sempre aprender coisas novas e de enfrentar qualquer desafio que fosse.

Há alguns anos tento postar no blog algo que de uma certa forma homenageasse ou registrasse uma figura tão ilustre da minha vida, mas sempre sou tomada por uma onda de sentimentos que ou me impedem de prosseguir ou deixa o texto completamente melancólico, coisa que evito ser em público. Assim sendo, não vou escrever o que sinto ou sobre a saudade, mas sim sobre memórias. Memórias que deveriam ser guardadas para todo um sempre.

Desde o começo, evitei o pensamento da injustiça de ter perdido meu pai aos 13 anos, mas ao contrário do que diz o ditado de que as pessoas só são valorizadas depois que morrem, eu aproveitei cada instante do meu tempo com ele. Gosto de lembrar de como tive sorte de ter um pai tão presente, carinhoso e que ensinou a importância do papel do homem na minha vida, meu porto seguro.

Aos 13 anos eu descobri que teria que tocar a vida sem pensar tanto em mim no começo, pois ao meu redor tinha gente que precisaria de todo o meu apoio. Minha mãe tinha perdido o maior amor da vida dela, um amor pelo qual ela deixou tudo sem pensar ou olhar pra trás, um amor pelo qual ela dedicou toda a sua vida. Além dela, tinha minha irmã, que teve somente 7 anos de tempo com ele e não muitas memórias seriam guardadas. Meus irmãos por serem mais velhos acabaram preenchendo partes do vazio e obrigações. O tempo passa, feridas cicatrizam e cada um toca o seu caminho.

Para sintetizar o post, compactei minhas memórias mais presentes, se você que está lendo, tem memórias que gostaria de compartilhar do Sr. Luiz, seja bem vindo! Me mande pelo Face ou pelo Whatsapp e eu posso fazer um post só com elas! =)
Vamos lá!

Lembro da expectativa diária que me tirava do sossego ao final da tarde quando eu sabia que ele estava para chegar do trabalho. Eu ouvia o barulho do portão abrindo independente de onde estivesse na casa e conhecia até mesmo o barulho do carro de longe (golzinho quadrado bege senegal). Ainda consigo lembrar da cara dele ao abrir a porta da cozinha e ver que eu estava ali, ansiosa por vê-lo.
Curiosidade: quando estou em casa antes do Di chegar do trabalho, passo por uma situação semelhante…rs

Lembro que toda noite (até uma certa idade) íamos juntos na casa da vó Neném pra tomar chá de erva doce feito por ela. Ele me levava no colo na maioria das vezes e eu parei de ir quando a Gal se interessou pela coisa…rs

Lembro que toda noite também, por uns 10 anos, meu travesseiro era o braço dele, ele tinha o tamanho e fofura ideal para as melhores noites de sono do mundo! E no dia seguinte, nada de torcicolos…rs

Lembro de sempre olhar os olhos dele pelo retrovisor do carro, principalmente quando um ficava maior que o outro (os olhos do Lau são exatamente iguais e os meus às vezes também ficam)

Lembro das meias de seda fedorentas ao sair dos sapatos depois de um dia puxado de calor e trabalho, eu odiava quando pedia pra eu tirar.  (Se eu vacilar com meus pés fico com o mesmo chulé…rs)

Lembro do cheiro do cabelo dele, lembro do pentinho de plástico que carregava no bolso da frente das camisas.

Lembro de como eu era DOENTE de ciúmes, e de como eu não tive tempo de aprender a lidar com isso.

Lembro dele tocando violão, e eu sabia cantar todas as músicas. Apesar da maioria das músicas serem do livro de cânticos da igreja, ainda lembro de uma ou outra sertaneja (do tipo brega master)

Lembro de querer acompanhá-lo pra toda e qualquer esquina, lembro de ficarmos olhando pela janela do quarto que dava pra rua ou de ficarmos sentados na calçada, só vendo a vida passar.

Lembro do primeiro dia que me mostrou o Word num computador. Eu fiquei tão admirada que ele sabia digitar naquilo, e sabia usar o ratinho! Foi um dos momentos que mais me orgulhei dele! Acho que hoje, ele usaria o zapzap, twitter, youtube, e é claro, o Facebook! =)

Lembro que ele usava umas palavras em espanhol de vez em quando (sai fuera (??)), talvez hoje já teria aprendido inglês pra poder me visitar…rs

Lembro de como ele comia, era o primeiro a sentar na mesa e o último a sair! Por isso era tão gordinho…rs

Lembro que não tinha hora ou lugar pra peidar, afinal, peido não se segura ou se nega… Se bem que a igreja era uma exceção…rs

Lembro que ia com ele jogar dominó na casa dos seus amigos, eu não podia jogar porque era muito pequena…lembro que eu costumava ficar bem entediada, mas ainda assim toda vez que eu podia ir, ia da mesma forma! rs

Lembro de assistir ele jogar quantas mil partidas de truco. Hoje certamente ele teria aderido à tranca, afinal é um jogo que exige mais estratégias e menos energia…hahaha

Lembro de quando íamos no bar do tio Luiz, ele tomava cerveja e me deixava molhar minha chupeta no seu copo…rs

Lembro de quando ele ia pescar, eu ficava com uma camiseta usada pra ficar cheirando até ele voltar…rs (Não me julguem…rs)

Lembro de quando eu voltava da casa da vó Maria (no MS) com a minha mãe, e ele ia buscar a gente de carro na Castello Branco (era o auge da minha viagem, era tanta saudade!)

Lembro dos apelidos malucos, o preferido era “pichotoca nagodoca”. Lembro que ele chegava em casa cantando esses nomes malucos que me dava e eu dançava! rs

Lembro de te que dividir o meu reinado com a Gal, e a vida começou a mudar. Sua atenção já não era mais só pra mim. Hoje eu estaria ainda mais longe do meu trono, porque a Gal teria perdido o reinado pra Sô e pra Laura…hahaha Mas pra elas tudo bem, eu aproveitei bem o meu tempo. Certeza que o Raul ia roubar a cena delas de qualquer forma…rs

Eu só não penso que existe o outro lado, afinal ele poderia ter ciúmes de mim, já que eu tenho um outro amor na minha vida e por ele/com ele, eu deixaria tudo…de novo!

Eu lembro de como a vida dele de verdade, era um mistério pra mim. Pra mim, ele nunca sofria, nunca tinha dores, sempre tinha dinheiro, e é claro, seria eterno.

As lembranças que são mais vivas na minha memória, são as tristes, que guardo só pra mim numa caixinha escondida da memória. Infelizmente, ele se foi bem no começo da minha adolescência e ainda não sabíamos lidar com isso…mas por causa dessas lembranças, eu nunca vou dormir brigada com alguém que amo, porque sei que no outro dia, posso não ter a chance de fazer as pazes.

Feliz aniversário, pai!

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